22/08/2009

Super-herói é vício

O texto abaixo foi retirado do site UniversoHq.com :

Podemos fazer todos os volteios possíveis, mas, no final, as desculpas só reforçam a teoria de que os quadrinhos de super-heróis hoje sobrevivem principalmente do vício e - como a maioria das indústrias que se apoiam nesse subterfúgio - são uma droga.

Os anos se passam, a qualidade dos quadrinhos do chamado
mainstreamdecai cada vez mais intensamente - salvo raras exceções -, mas as revistas continuam sendo publicadas mês a mês. Saga após saga, uma novela infinita é arrastada na tentativa de manter seus leitores fiéis comprando.

É certo que os números das vendas caíram, mas até isso reforça a ideia de um mercado sustentado basicamente por um público viciado nele.

As desculpas comumente apontadas pelas editoras para a redução do mercado são a diversificação dos meios de entretenimento, a pirataria, a redução geral do número de pessoas que se interessam por ler qualquer coisa e, claro, crises financeiras.
Veja bem, tirando os leitores mais voláteis, que deixam de comprar por uma ou mais dessas razões, quem sobra? O eterno fanboy viciado em super-heróis.

O
fanboy é aquele leitor ansioso, compulsivo, que tem a necessidade de ter todos os números das séries. Ele é até consciente de que sua revista preferida está muito ruim, porém é persistente. Acredita que uma hora vai melhorar.

Esse leitor "sabe" que será publicado um arco muito legal, que ele vai gostar e, para entendê-lo completamente, precisará ter lido tudo aquilo de chato que foi lançado antes.

Ele é cheio de desculpas para seu vício - como todo viciado que se preze.
Pode se ver como uma pessoa que passa por provações para ler uma ou outra boa história. Pode até ignorar os referenciais do que é bom ou ruim e passar a aceitar qualquer coisa. Começa a comprar quadrinhos "adultos",cults, undergrounds, entre outros, para dizer que aprecia todo tipo de HQ - mas, bem lá no fundo, o cara gosta mesmo é de super-heróis.

Alguns
fanboys até criam sites que oferecem os scans piratas de quadrinhos, páginas que parecem voltadas para outros leitores viciados. Pelo material disponibilizado e pelo discurso que essas pessoas reproduzem nos textos de apresentação, é fácil notar: esses sites atendem os mesmos anseios do vício dos colecionadores, que, mais do que falta de dinheiro para comprar as revistas, não têm a paciência necessária para aguardar o lançamento das edições no mercado nacional.

Como isso aconteceu? Como um dia acordamos e algo que deveria ser uma diversão, até um acréscimo cultural, virou uma droga?
Há histórias que se alongaram por décadas, sempre narrando mais ou menos a mesma linha de tempo de um punhado de personagens carismáticos. E esse formato surpreendente, que supera em número novelas, seriados etc., acabou criando uma estrutura de sustentação à sua volta.

Com o tempo, as editoras foram refinando esquemas de vendagem, distribuição, formato. São mecanismos que atingem até a parte criativa da produção das histórias, como a necessidade de "megassagas" periódicas para integrar todos os títulos da casa, mortes e renascimentos de personagens, reformulações de superequipes e por aí afora.

Quadrinhos de super-heróis sempre foram um gênero marcado pelo exagero, mas se antes isso estava presente na caracterização dos personagens, nas proezas de que eram capazes e nos conflitos que viviam, agora o que se exacerba é a espetaculização dos acontecimentos de uma revista, por mais dispensáveis que eles se mostrem mais adiante.
Esta é uma prática semelhante à de alguns programas sensacionalistas de televisão - arma-se um verdadeiro circo para tornar um fato efêmero em algo que prenda a atenção da audiência por um período maior.

As editoras não são menos viciadas do que os leitores, pois se agarram como se estivessem desesperadas a fórmulas que, mesmo sob críticas, dão certo a seus olhos - vide, por exemplo, tudo que foi dito sobre as séries semanais da
DC Comics nos últimos anos.

É claro que o leitor tem sua culpa nesse processo. Ele compra mais revistas nesses grandes eventos criados pelas editoras, fica sempre esperando a volta de certos personagens, enfim, referenda a estratégia das casas publicadoras.

Atualmente, apesar da participação significativa dos leitores em fóruns de discussão e coisas do tipo, a maioria parece acatar facilmente o que as editoras fazem com seus personagens, sem deixar de comprar, pelo motivo explicado no começo: a possibilidade de que aquilo seja importante numa trama futura.
Fazendo uma analogia com o futebol, poderia-se dizer que, nos quadrinhos, a torcida não derruba um técnico, por mais deficiências que ele mostre.

No caso do mercado norte-americano, isso é ainda mais difícil, porque as vendas são feitas por encomenda e sem direito de devolução por parte da loja. Portanto, uma boa expectativa sobre uma edição vale mais do que a qualidade da revista, pois o seu sucesso comercial muitas vezes é decidido antes de ela ser lida e julgada pelo público.

Diferentemente de um filme, que pode desandar e ir mal de bilheteria se as pessoas começam a falar mal da história, fazendo o boca a boca depois da estreia, um gibi de super-heróis tira proveito de um boca a boca prévio que nem sempre tem a ver com roteiro, estilo de arte, narrativa ou drama; apenas conteúdo informacional (quem morre/ressuscita, entra/sai da equipe), que vem por meio dos famigerados
spoilers.

Tudo isso leva a uma distinção do que é bom e do que é importante numa HQ de super-heróis. E os dois não significam a mesma coisa.
Sem querer entrar numa discussão subjetiva do que seja bom, muitas vezes os critérios estéticos ficam completamente de fora quando o assunto é uma edição que integra uma megassaga.

Por exemplo: os sites de
reviews norte-americanos são conhecidos por atribuir notas à "acessibilidade" de uma edição, a maneira como ela apresenta os fatos do enredo a um leitor de primeira viagem, mas falam pouco sobre como a trama pode mexer com as emoções desse cada vez mais raro leitor aventureiro.

No fim das contas, aquela substância que viciou tantos leitores alguns anos atrás começa a perder a força, diluindo-se em meio a outras coisas. Até o ponto em que aqueles que ainda consomem suas doses mensais o fazem mais pelo hábito do que pelo vício, sem perceber que já não há mais prazer nas "viagens".

Diego Figueira e Zé Oliboni são viciados em super-heróis e distribuem suas doses desses no Universo HQ e no Pop Balões..

11/08/2009

Com as bênçãos da Dama de Ferro

Nossa história começa, como um romance de Sinclair Lewis, na sombreada rua morta de uma sonolenta mas prospera cidade atual.Era uma manhã de segunda-feira, fechada, no início de agosto de 2009. Não havia muita coisa nos jornais, a não ser queixas sobre um ladrão de bicicletas e relatos de uma doença afetando a cidade. Uma grande faixa entre as colunas coríntias de uma biblioteca imaginária anuncia um novo Empréstimo pela Liberdade. O primeiro sinal de perturbação naquele dia claro foi a súbita aparição de uma única nuvem cúmulo-nimbo, alta como uma torre.

Sabe, às vezes sinto que estou destinado a ficar sempre nos bastidores quando se desenrolam as cenas principais no palco. Que Deus me tornou vítima de alguma brincadeira de mau gosto de proporções cósmicas, me dando pouco mais do que uma ponta na minha própria vida. Ou sinto às vezes que meu papel é simplesmente de espectador das histórias dos outros, e sempre saio andando a esmo no momento culminante, virando uma esquina ou simplesmente dando as costas exatamente na hora do desfecho.

Isso é um pedido de desculpas, devia explicar, porque estou para contar uma história que não sei como termina, e que pela primeira vez traz esse que vos fala como protagonista.

Há momentos na vida que valem mundos inteiros, e momentos que são tão carregados de emoção, que de alguma forma se tornam eternos. Lembro de acordar naquele dia e olhar para a parede de meu quarto, percebendo o espaço vazio onde devia figurar um pôster surrado de Margaret Tatcher, algo que revela minhas posições políticas conservadoras. De alguma forma aquele espaço vazio parecia tão significativo, tão especial, que agora eu me pergunto o que de fato aquele pôster fez lá tanto tempo. Aquele espaço vazio era uma parte de mim que faltava, uma parte do meu coração ou algo assim, nunca sei ao certo.

Eu me levantei e fui até o armário, olhando para os meus livros e revistas, postos metodicamente em ordem alfabética ao lado dos dvd’s. Eu estava procurando aconselhamento para questões de amor, o que eu sempre achava numa bela foto da dama de ferro, que antes fulgurava na parede. Na pagina 305 do velho livro de história eu encontrei.

Tinha olhos penetrantes e muito inteligentes, olhos que certamente teriam sustentado o meu olhar de um jeito firme e decidido se eu não evitasse deliberadamente encará-la, preferindo, em vez disso, assimilar os detalhes de sua pele clara e ligeiramente sardenta, e seus cabelos abundantes cor de cobre. Ela sorria para mim, não abertamente, só o suficiente para mostrar um pouquinho dos dentes bonitos e uniformes, e me fazer sentir que precisava retribuir, por mais difícil e estranho que isso pudesse ser.

Ela é como uma figura mítica com quem eu converso quando tenho coisas a decidir, sentimentos e fatos sobre os quais pensar, assim como existem homens que só conseguem se concentrar em lugares especiais, só deles; eu consigo me concentrar ao máximo, consigo realmente pensar, enquanto encaro aquela mulher. Longe de ser bonita, mas com certeza imponente.

Eu vinha me perguntando sobre meus sentimentos, sobre o amor e sobre tanta coisa que é difícil de expressar com palavras, mas fácil de fervilhar na superfície de nossas mentes.

“Fale, meu jovem, o que te aflige?” pude ouvi-la em minha cabeça. Não sabia o que dizer, a não ser a verdade mais profunda do meu coração: eu estava amando alguém como nunca antes tinha acontecido. Eu sou às vezes tão destrambelhado, sincero, irônico, ingênuo e, porque não, cínico, que sinto que sufoco as pessoas de quem eu gosto. Como por exemplo, essa garota por quem me descubro apaixonado. Ela é mais velha, bonita, inteligente e engraçada, como é que alguém assim se interessa por mim? Sei lá. Nem ela sabe se está interessada mesmo. (É estranho como alguém que tenciona ser escritor não consegue nem ao menos descrever uma pessoa querida...).

“Seja apenas verdadeiro, sincero, gentil! Mas seja vigoroso e forte! Massacre os inimigos com punhos de ferro, e nunca perca as rédeas de seu próprio destino!” é exatamente o que a dama de ferro me disse. “Filho, você tem que aprender a se impor, tem que ser melhor que os outros. Tem que ser firme! E não titubear”, continuou ela sem me dar atenção, “ porque as palavras só fazem soprar um hálito gelado sobre o calor das ações.”

Margaret Tatcher sempre cita Shakespeare nos momentos mais oportunos, quando eu preciso ouvir aquela voz familiar e inspiradora, que se revela no fundo como sendo a minha própria. Estava decidido, eu lutaria por aquilo que eu queria, eu declararia meus sentimentos aos ventos, e buscaria a todo custo à felicidade.

Lembro da sensação de liberdade e alívio que eu senti, lembro do gosto amargo na boca de quem acaba de acordar, lembro daquela sensação indescritível no fundo do peito que a pequena Dorothy, e Totó, deve ter sentido ao se descobrir novamente no Kansas.

Eu tinha a benção de quem eu mais queria para agir, a benção de mim mesmo, ou como gosto de pensar: a benção da dama de ferro!!!

(CONTINUA... com promessas de maiores explicações sobre essa coisa toda... )

05/08/2009

Top 100 fimes de Sci-Fi, do site TOTAL SCI-FI

1) Blade Runner (1982)
2) 2001: A Space Odyssey (1968)
3) Star Wars (1977)
4) Alien (1979)
5) Metropolis (1927)
6) The Day the Earth Stood Still (1951)
7) The Terminator (1984)
8) Planet of the Apes (1968)
9) E.T. (1982)
10) Solaris (1972)
11) Close Encounters of the Third Kind (1977)
12) Forbidden Planet (1956)
13) The Empire Strikes Back (1980)
14) A Trip to the Moon (1902)
15) Aliens (1986)
16) Silent Running (1972)
17) Brazil (1985)
18) Akira (1988)
19) Star Trek II: The Wrath of Khan (1982)
20) Total Recall (1990)
21) The Matrix (1999)
The Wachowski
22) Tron (1982)
23) The Thing (1982)
24) RoboCop (1987)
25) Jurassic Park (1993)
26) Invasion of the Body Snatchers (1978)
27) A Clockwork Orange (1971)
28) The Fifth Element (1997)
29) La Jetée (1962)
30) Sleeper (1973)
31) The Fly (1986)
32) Terminator 2: Judgement Day (1991)
33) Westworld (1973)
34) Mad Max 2 (aka The Road Warrior) (1981)
35) Return of the Jedi (1983)
36) Back to the Future (1985)
37) WALL-E (2008)
38) The Fantastic Planet (1973)
39) The Man Who Fell to Earth (1976)
40) Things to Come (1936)
41) 20 Million Miles to Earth (1957)
42) The Abyss (1989)
43) Quatermass 2 (1957)
44) This Island Earth (1955)
45) Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004)
46) Delicatessen (1991)
47) Dark Star (1974)
48) The Andromeda Strain (1971)
49) The Omega Man (1971)
50) Stalker (1979)
51) Tetsuo: The Iron Man (1989)
52) Escape from New York (1981)
53) The Invisible Man (1933)
54) It Came From Outer Space (1953)
55) Godzilla (1954)
56) Invasion of the Body Snatchers (1956)
57) Minority Report (2002)
58) Alphaville (1965)
59) Gattaca (1997)
60) The Fountain (2006)
61) Them! (1954)
62) Videodrome (1983)
63) Logan’s Run (1976)
64) Ghost in the Shell (1995)
65) Repo Man (1984)
66) Children of Men (2006)
67) Star Trek VI: The Undiscovered Country (1991)
68) Outland (1981)
69) A Boy and his Dog (1975)
70) Mad Max (1979)
71) Donnie Darko (2001)
72) Soylent Green (1973)
73) Cube (1997)
74) Moon (2009)
75) Dark City (1998)
76) Starship Troopers (1997)
77) A Scanner Darkly (2006)
78) The Quiet Earth (1985)
79) Invaders From Mars (1953)
80) Fantastic Voyage (1966)
81) Barbarella (1968)
82) Fahrenheit 451 (1966)
83) Twelve Monkeys (1995)
84) Event Horizon (1997)
85) Independence Day (1996)
86) Altered States (1980)
87) The Stepford Wives (1975)
88) Serenity (2005)
89) Dune (1984)
90) Primer (2004)
91) Explorers (1985)
92) THX 1138 (1971)
93) Star Trek (2009)
94) Flash Gordon (1980)
95) Galaxy Quest (1999)
96) Cocoon (1985)
97) Stargate (1994)
98) Predator (1987)
99) Trancers (1985)

100) Rollerball (1975)

03/08/2009

Jesus Cristo Superstar!!!

Estava dando uma olhada no site omelete, e me deparei com a noticia de que hollywood quer refilmar o músical Jesus Cristo Superstar. Parece que após o sucesso de Mamma mia! os executivos decidiram apostar no gênero e refilmar a peça teatral que chegou a virar filme em 1973.
Para tanto, o estudio está contratando o diretor Marc Webb, cujo filme (500) days of summer vem fazendo fãs por onde passa.
A opera rock opõe Judas e Cristo com base na narração dos evangelhos da ultima semana da vida de Jesus, começando com sua chegada a Jerusalem e terminando com sua crucificação. Atitudes e girias modernas pontuam as letras, em que Judas surge como uma figura trágica insatisfeita com a aura de astro que Jesus adquiriu.

Essa noticia me de a idéia de lembrar um pouco do filme de 1973, com Ted Neely, Carl Anderson e Yvonne Elliman. Que foi indicado ao Oscar de melhor trilha sonora, recebeu 6 indicações ao Globo de Ouro, e ganhou o BAFTA de melhor trilha sonora.
O primeiro ponto a se comentar do filme é a visão que tem de Cristo, mostrado como um jovem hippie. É um filme belíssimo, que necessita de uma visão não tão religiosa, mas mesmo tendo essa visão, ele ainda é capaz de encantar o expectador.

O filme apresenta duas músicas que até hoje ecooam em minha mente: Heaven on their minds e Superstar.

Listen Jesus to the warning I give Please remember that I want us to live So come on, come on, listen to me.

Esse é o começo do filme, com Judas em um monólogo que fala de Cristo, querendo avisá-lo de que os romanos se enfureceram, mas não sendo ouvido... como ele cantava bem...

Listen, Jesus, to the warning I give.
Please remember that I want us to live.
But it's sad to see our chances weakening with every hour.
All your followers are blind.
Too much heaven on their minds.

Foi um grande filme, quem puder ver, é uma boa pedida! Corra na locadora se puder, pois este é um filme que só pela trilha sonora já merece uma nota: 9,0!

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"E se você estiver me ouvindo, você é da resistência!"